O prejuízo causado ultrapassa os R$ 500 mil

A 1ª Delegacia Metropolitana começou a intimar nesta quinta-feira, 2, cerca de 350 proprietários de veículos que participaram de um esquema fraudulento que aplicou golpes no licenciamento de veículos no Estado de Sergipe. A primeira fase da investigação ocorreu no dia 4 de outubro do ano passado quando foi preso Cristiano Luiz de Oliveira Monteiro, suspeito de integrar uma quadrilha que recrutava proprietários de veículos com a promessa de pagar menos IPVA.
Cristiano foi solto no dia 5 de outubro de 2019 e atualmente encontra-se com tornozeleira eletrônica. De acordo com o delegado Everton Santos, a partir da prisão de Cristiano, a Polícia Civil passou a entender com funcionava a fraude que provocou um prejuízo de cerca de R$ 500 mil as operadoras de cartão de crédito.
“Os proprietários de carros eram abordados na porta de lotéricas, bancos com a promessa de pagar menos IPVA. Só que os licenciamentos eram pagos com cartões de crédito de outras pessoas que nem sabiam que seus cartões estavam sendo usados. Os envolvidos cobravam dos proprietários dos veículos valores bem abaixo dos cobrados pelo Detran e o valor real da dívida era colocado no cartão de crédito de terceiros”, explicou o delegado.
Muitos donos desses cartões são de outros Estados, especialmente do Estado de São Paulo. O delegado informou que não se sabe como os golpistas tiveram acesso a esses cartões de crédito e isso será fruto de uma outra investigação. “Ainda em outubro requisitamos informações das operadoras de cartão para saber quem foram as pessoas beneficiadas com os pagamentos de IPVA indevidos. A relação já chegou à delegacia e vamos intimar todas essas pessoas para prestarem depoimentos”, disse Everton.
Everton explicou, ainda, que assim que o Detran reconhecia o pagamento liberava o CRLV do veículo ao proprietário. “Passados 30 a 40 dias, o dono do cartão recebia a fatura e não reconhecia aquela compra e acionava a operadora do cartão, que ressarcia o prejuízo ao cliente e acabava ficando com o prejuízo aplicado pelos golpistas”
O delegado ressaltou que como não houve pagamento do imposto veicular, a Polícia Civil irá oficiar o Detran para que inclua os veículos envolvidos na fraude em uma lista de busca e apreensão uma vez que os proprietários desses carros pagaram os valores aos autores a fraude e não ao Detran. A princípio todas as intimações estão sendo enviadas na qualidade de suspeito e não de vítima, “porém se o proprietário do veículo comprovar boa fé vamos juntar esses documentos nos autos para que a Justiça julgue o caso concreto”, destacou o delegado.