Iniciativa tem como objetivo cadastrar o material genético nos bancos de dados para localizar pessoas desaparecidas em todo o país

A coleta do DNA pode auxiliar no processo de localização de um familiar que está desaparecido em qualquer parte do país. Nesta terça-feira (25), Dia Internacional da Criança Desaparecida, está sendo lançada, pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), a Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas. O objetivo é a coleta de amostras biológicas de familiares de pessoas desaparecidas para exame de DNA e inclusão nos Bancos de Perfis Genéticos de todo o país, bem como o encaminhamento de objetos de uso único e pessoal do desaparecido, que podem aumentar a chance de localização.
As amostras também serão confrontadas com restos mortais não identificados, como ossadas que se encontram no Instituto Médico Legal (IML) ou com pessoas de identidade desconhecida ou, ainda, com amostras de referência de pessoas desaparecidas que já foram inseridas nos Bancos de Perfis Genéticos. Todas as amostras colhidas em Sergipe serão processadas no Instituto Nacional de Criminalística (INC), em Brasília.

A delegada Nalile Castro informou que a Polícia Civil de Sergipe levantou 946 Boletins de Ocorrências entre os anos de 2019 a 2021 em todo o Estado de Sergipe. “Sergipe adere à campanha e coube à Polícia Civil fazer a triagem, um levantamento das ocorrências dos anos de 2019, 2020 e 2021. Há uma previsão para que se estenda para anos anteriores. A PC vai entrar em contato com os familiares para checar se a pessoa ainda está desaparecida e encaminhará a relação para o Instituto de Análises e Pesquisas Forenses (IAPF) para iniciar o cruzamento do perfil genético do familiar com as amostras dos bancos genéticos”, detalhou.
Além da Polícia Civil, o Instituto Médico Legal, por meio do Setor de Antropologia Forense, também realiza contatos com os familiares de pessoas desaparecidas.

A perita Juliana Lamartine, do IAPF, destacou que o objetivo da campanha é auxiliar nos trabalhos de localização de desaparecidos, com o intuito de fornecer uma resposta aos familiares que estão em busca do seu ente querido. “Nós, peritos criminais do Laboratório de Genética Forense do IAPF vamos realizar a coleta de amostras biológicas de familiares de parentes desaparecidos para exame de DNA. O objetivo da campanha é auxiliar na identificação de pessoas desaparecidas visando dar uma resposta à sociedade”, salientou.
Data e local da coleta
A coleta ocorrerá no período de 14 a 18 de junho e será realizada pelos peritos criminais do Laboratório de Genética Forense do Instituto de Análises e Pesquisas Forenses de Sergipe – (IAPF), situado na avenida José Conrado de Araújo, 731. O IAPF fica no Sergipetec, no bloco A1, no conjunto Rosa Elze, em São Cristóvão.
Os familiares dos desaparecidos serão acionados – por telefone ou outro meio – desde que haja boletins de ocorrência registrados. A Polícia Civil já iniciou a triagem dos registros de desaparecidos, a fim de agendar e subsidiar as coletas que serão realizadas no IAPF. A expectativa do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) é de que a campanha seja mais uma ferramenta para auxiliar na identificação de pessoas desaparecidas.
Procedimento de coleta
A doação do material genético pode ser feita por dois familiares em primeiro grau da pessoa desaparecida, seguindo a ordem de preferência: pai e mãe; filhos e o genitor do filho da pessoa desaparecida; e irmãos – sendo que no caso de filhos e irmãos, quantos forem possíveis. O DNA da própria pessoa desaparecida é ainda mais eficiente para a busca, assim, materiais de uso pessoal como escova de dente, aparelho ortodôntico, dente de leite e cordão umbilical podem auxiliar na identificação.