Ele estava internado em estado grave após ser atingido por disparos de arma de fogo durante abordagem contra grupo criminoso na Zona de Expansão

A manhã desta segunda-feira (18) foi marcada por uma triste despedida para a Polícia Civil de Sergipe. O velório do delegado Marcelo Hercos Lyrio, 42 anos, teve muita comoção de familiares, colegas e amigos de profissão. Ele faleceu por volta de 3h20 da manhã desse domingo (17), no Hospital São Lucas, em Aracaju. Hercos não resistiu aos ferimentos causados por disparos de arma de fogo durante sua intervenção em uma ocorrência policial no bairro Aruana, Zona de Expansão da capital.
O corpo do delegado saiu em cortejo às 11h40 com destino ao crematório da cidade de Alagoinhas (BA). O cortejo foi acompanhado por centenas de viaturas da Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Penal e Guarda Municipal.
Ao final da cerimônia, foi entregue a bandeira da Polícia Civil à mãe e à esposa de Marcelo Hercos. Na saída, houve uma salva de tiros feita pela Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core). O Grupamento Tático Aéreo (GTA) jogou pétalas de rosas do alto da aeronave.
O delegado-geral, Thiago Leandro, destacou que Marcelo Hercos tinha amor pela profissão e que a intenção dele foi a de fazer cumprir a lei. “Marcelo Hercos foi um homem que honrou a Polícia Civil, que honrou a carreira. Ele sempre teve muito orgulho em ostentar o distintivo, os símbolos da Polícia Civil. Ele tinha orgulho. E no momento do fato a intenção dele foi uma das melhores. A intenção dele foi honrar sua profissão. Ele sempre será lembrado como um delegado atuante”, enfatizou.
A vice-prefeita Katarina Feitoza, ex-delegada-geral da Polícia Civil, rememorou que Marcelo Hercos sempre teve o sonho de ser delegado e continuou prestando concurso público até chegar a ser delegado. “Nós que fazemos parte da segurança pública, estamos muito consternados e muito tristes. Perdemos um grande delegado, um grande policial, um grande amigo, que sempre trabalhou com muita vontade e dedicação. O sonho dele era ser delegado de polícia. Ele partiu fazendo o que mais gostava, que era servir à sociedade. É uma emoção muito grande. Todos nós amávamos Marcelo e ele fará muita falta”, recordou.
O coordenador do subsistema de inteligência da SSP, delegado Inephanio Cardoso, relembrou que Marcelo Hercos era extremamente focado no trabalho e na capacitação profissional. “Em um momento como esse, me faltam palavras. Além de colega, ele se tornou meu amigo. Desde quando ele iniciou como delegado em Porto da Folha, mantivemos contato. Ele sempre me ajudou muito. É uma perda muito grande”, mencionou.
A assessora técnica da Superintendência da Polícia Civil, a agente de polícia Catia Emanuelli, rememorou a dedicação de Marcelo Hercos com a profissão. “Ele foi um profissional extremamente competente e respeitoso. Em todos os momentos que eu tive contato com Marcelo, ele se posicionou de maneira muito respeitosa. Ele foi um profissional extremamente preparado, amava a polícia, amava a profissão. A Polícia Civil perde um grande profissional que combateu o bom combate e que colocou a profissão acima de tudo”, ressaltou.
O delegado Clever Farias, que foi da mesma turma de formação de Marcelo Hercos, lembrou do comprometimento dele com a segurança pública do estado. “Eu tive a honra de o ter conhecido na academia, fomos da mesma sala. Marcelo sempre foi muito entusiasmado com a segurança pública. Ele sempre procurou se capacitar, fazer cursos operacionais e não só guardar o conhecimento para si. Ele convidava os colegas para fazer cursos. É uma referência operacional. Ele já tinha passado pela Polícia Penal Federal e decidiu seguir a carreira de delegado”, contou.
O delegado Paulo Ferreira rememorou que, embora tenha tido pouco contato com Hercos, todos o indicavam como uma pessoa totalmente comprometida com o trabalho. “Uma pessoa comprometida desde o início. Os meus contatos diretos com ele foram poucos, mas as referências são as melhores possíveis. Uma pessoa que tinha uma vocação para atividade policial, uma pessoa que não se furtava a qualquer operação, por mais arriscada que fosse. Quando morre um delegado, também morremos um pouco”, reiterou.
O delegado Kassio Viana lembrou que, no dia da ocorrência, Hercos enviou uma mensagem para uma futura ação conjunta, que não deu tempo de ser respondida. “Marcelo era de um perfil mais operacional, muito técnico e sabia muito sobre Direito. Ele foi um dos primeiros quatro delegados a serem promovidos por merecimento, pelo trabalho que realizou em Porto da Folha. Em 2007, tivemos a oportunidade de fazermos um curso da SWAT juntos. A gente sempre estava trocando informações sobre investigações. Era uma pessoa que eu tinha uma relação muito boa, é uma perda para toda Polícia Civil”, evidenciou.












