Operação Caminhos Seguros: Palestra sobre violências invisíveis é ministrada para crianças e adolescentes em Aracaju

Iniciativa, que aconteceu nesta quinta-feira (15), no Colégio Estadual João Costa, detalhou condutas que são crimes e maneiras de identificar e denunciar os casos

Violências que não deixam marcas físicas, mas causam feridas profundas na vida de crianças, adolescentes e adultos foram o tema central da palestra Violências Invisíveis: Como reconhecer, proteger e denunciar, realizada nesta quinta-feira (15). A iniciativa, que aconteceu no Colégio Estadual João Costa, no bairro Getúlio Vargas, em Aracaju, faz parte da Operação Caminhos Seguros e conta com o apoio das Polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal (PRF), além de órgãos de proteção social e educacional.

Segundo a delegada da Polícia Civil e palestrante Marcela Souza, o evento contou com a participação de cerca de 100 estudantes, que tiveram acesso a informações sobre violências que crianças e adolescentes costumam sofrer no Brasil. “Muitas vezes são violências consideradas invisíveis, já que as pessoas não sabem que são crimes. Por isso, estamos alertando sobre a violência psicológica, a negligência e a violência sexual”, destacou.

Dentre os crimes mais comuns sofridos por crianças e adolescentes e que são considerados violências invisíveis, Marcela Souza destacou a violência sexual ou abuso sexual na forma de toques indevidos no corpo de adolescentes ou crianças. “Esse toque indevido no corpo ou em partes íntimas de vítimas com menos de 14 anos é crime de estupro, e o agressor pode responder criminalmente por essa prática”, alertou a delegada.

Outras práticas evidenciadas pela delegada Marcela Souza são os maus-tratos, a violência psicológica, a humilhação constante e as ameaças. “Condutas que são cometidas, por exemplo, quando os agressores dizem que, se a criança ou adolescente não fizer determinada ação ou atividade, será abandonada, além de serem xingadas”, complementou a delegada da Polícia Civil de Sergipe.

Também palestrante no evento, o assessor de operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Adriano Canuto, afirmou que ações como a desenvolvida no âmbito da Operação Caminhos Seguros são fundamentais para a proteção das crianças e adolescentes. “As violências acontecem, infelizmente, no dia a dia, e a gente soma forças entre as instituições para que a sociedade, as crianças e os adolescentes saibam que têm voz”, ressaltou.

Para a professora Adriane Damasceno, coordenadora do Serviço de Projetos Escolares em Direitos Humanos, a palestra é essencial para o enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes. “Nós trabalhamos sempre com a defesa da criança e do adolescente, acompanhando situações de violação. Então, um evento como esse é muito importante para unir forças, para que essa proteção seja integral”, enfatizou.

Conforme o supervisor da Divisão de Segurança Escolar, eventos como o realizado nesta quinta-feira trazem o entendimento da sociedade para um contexto amplo na perspectiva da proteção. “Essa iniciativa é muito importante para trazer o engajamento do serviço público com os estudantes, professores e a família. O Governo também tem feito investimentos para trazer segurança a toda a comunidade escolar”, destacou.

Caminhos Seguros

A palestra integra o rol de ações desenvolvidas no âmbito da Operação Caminhos Seguros pelas forças de segurança pública, em parceria com instituições ligadas à educação e à proteção de crianças e adolescentes em todo o país. A operação é nacional e coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), e as ações estão acontecendo durante este mês de maio em todo o país. Além das ações educativas, as Polícias Civil e Militar estão atuando no combate aos crimes contra crianças e adolescentes em Sergipe.

Denúncias de crimes

Além das ações educativas e repressivas que estão sendo desenvolvidas pela rede de proteção, é fundamental que a sociedade participe ativamente no combate aos crimes cometidos contra crianças e adolescentes em todo o país. Em Sergipe, os casos em que o crime está ocorrendo naquele momento podem ser comunicados à Polícia Militar, pelo telefone 190. Já para os crimes que acontecem de forma reiterada e com frequência, as informações podem ser repassadas ao Disque-Denúncia da Polícia Civil (181).

Última atualização: 15 de maio de 2025 15:51.

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