Polícia Civil de Sergipe prende médico investigado por crimes sexuais contra pacientes

A ação da 2ª Delegacia Metropolitana de Aracaju apura abusos cometidos contra homens durante atendimentos clínicos

A Polícia Civil de Sergipe, por meio da 2ª Delegacia Metropolitana (2ª DM) de Aracaju, cumpriu na tarde desta quarta-feira, 8, um mandado de prisão preventiva contra o médico endocrinologista Paulo Marcelo Santos Sobral, de 46 anos, investigado por crimes contra a dignidade sexual. As investigações apontam que o suspeito praticava atos libidinosos contra pacientes do sexo masculino durante atendimentos clínicos.

De acordo com a Polícia Civil, as investigações conduzidas pela equipe da 2ª DM revelaram condutas graves e reiteradas. Homens que buscaram atendimento médico teriam sido submetidos a atos libidinosos disfarçados de procedimentos clínicos, em claro rompimento com os princípios éticos e humanos que regem a medicina.

Segundo a 2ª DM, o primeiro caso relatado aconteceu no último mês de abril. “O médico teria cometido contra ele [o paciente] atos libidinosos sob uma desculpa de que faria parte do procedimento. Todavia, na entrevista do paciente, o médico confessa que aquele tipo de procedimento seria um procedimento atípico e aí o paciente passou a desconfiar, até que ele seguiu, de forma ainda mais intensa, com os atos libidinosos. E então o paciente acabou, de alguma forma, desconfiando daqueles atos e levou até o conhecimento da delegacia de polícia”, citou o delegado Carlos Antônio.

Durante a apuração, foram reunidos depoimentos consistentes, áudios e outros elementos de prova que embasaram o pedido judicial de prisão preventiva, cumprido com sucesso na tarde de hoje. As vítimas já foram ouvidas, com total sigilo e acolhimento por parte da equipe policial.

O delegado Carlos Antônio, da 2ª DM, explicou que o caso é resultado de um trabalho minucioso de investigação. “O caso exigiu uma apuração detalhada e sensível, uma vez que envolve vítimas que buscaram atendimento médico e foram surpreendidas por condutas totalmente incompatíveis com a ética e o respeito humano”, destacou.

Já o delegado Gregório Bezerra, ressaltou que a ação tem também um caráter preventivo e de conscientização. “Queremos encorajar outras possíveis vítimas a denunciarem abusos semelhantes, rompendo o ciclo de silêncio que ainda cerca esse tipo de violência”, afirmou.

A ação policial foi denominada Operação Hipócrates, em referência a Hipócrates de Cós, considerado o pai da medicina e símbolo do juramento que orienta o exercício ético da profissão, um compromisso de proteger, cuidar e jamais causar dano a quem busca tratamento.

Última atualização: 8 de outubro de 2025 16:34.

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