Segurança Pública ressalta importância da rápida comunicação de ocorrência para localização de pessoas desaparecidas em Sergipe

Na data que marca o Dia Nacional da Pessoa Desaparecida, Instituto de Identificação detalha trabalho que já viabilizou reencontro de ao menos de 30 pessoas com os familiares

Voltado a promover cada vez mais reencontros, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) contam com duas unidades exclusivamente dedicadas à localização de pessoas desaparecidas em Sergipe — o Núcleo de Desaparecidos, da Polícia Civil, e o Setor de de Buscas e Demandas Cíveis, do Instituto de Identificação Papiloscopista Wendel da Silva Gonzaga (IIWSG), vinculado à Polícia Científica (PCi). Neste sábado (30), a SSP detalha o trabalho de localização de desaparecidos em Sergipe, relembrando a importância da celeridade na comunicação do desaparecimento e a necessidade de reunir informações importantes sobre o desaparecido, potencializando as chances de localização.

No Brasil, conforme dados do Portal dos Desaparecidos, lançado na última quarta-feira (27), há pelo menos 1.075 pessoas desaparecidas no Brasil. No estado, há, ao menos, 23 desaparecidos, ainda segundo as informações constantes na plataforma desenvolvida pela Polícia Civil de Sergipe e disponibilizada às demais unidades da federação e ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). Já conforme levantamento da PCi, ao menos 30 reencontros entre pessoas que estavam na condição de desaparecidas e seus familiares já foram viabilizados pelo Instituto de Identificação.

De acordo com a papiloscopista Giselly Roberta, todo o processo de identificação e localização de pessoas desaparecidas começa a partir do boletim de ocorrência registrado junto à Polícia Civil, que estabeleceu parceria com a PCi para as tratativas relacionadas à viabilização dos reencontros. A comunicação da ocorrência deve ser feita assim que o desaparecimento for identificado, sem a necessidade de aguardar por 24 horas. “Com esse documento, a família pode procurar o IIIWSG, trazendo informações sobre a pessoa desaparecida. A partir daí, iniciamos as buscas no nosso acervo, que é o maior de dados civis do estado, com registros desde a década de 1940”, explicou.

Estratégias para localização

Visando propiciar cada vez mais reencontros entre familiares e pessoas que estavam na condição de desaparecidas, as equipes do Instituto de Identificação alinham estratégias importantes que mesclam tanto o olhar humano, quanto a tecnológica, conforme evidenciou a papiloscopista. “Além da tecnologia e da investigação, a sensibilidade humana é fundamental”, evidenciou Giselly Roberta, ressaltando que o objetivo é ir além de resultados numéricos, mas sim propiciar momentos felizes às pessoas que buscam a instituição.

Viabilização do reencontro

Para que, de fato, o trabalho do Instituto de Identificação tenha o resultado prático do reencontro, é essencial que haja autorização.. “A lei determina que o reencontro só acontece com a autorização da pessoa desaparecida, por isso respeitamos sempre a sua vontade. É preciso que ela queira retomar o contato com a família. Ao mesmo tempo, contamos com a colaboração dos notificantes, que devem trazer o máximo de informações possíveis para viabilizar o processo”, ponderou Giselly Roberta.

Quando a pessoa que estava na condição de desaparecida aceita retomar o contato com os familiares, todos, inclusive as equipes, celebram juntos. “Não tratamos de números, mas sim de pessoas. Para o Instituto de Identificação, contribuir com a devolução de pessoas desaparecidas às suas famílias é extremamente importante. Como órgão pericial, somos uma ferramenta essencial para que essas famílias possam reencontrar seus entes queridos. Cada caso é único e cada reencontro é uma vitória coletiva”, ressaltou a papiloscopista.

História marcante após 30 anos

Dentre os reencontros já viabilizados pelo Instituto de Identificação, está o narrado pela professora Sandra dos Santos Oliveira, 42 anos, que reencontrou a irmã e outros familiares após 30 anos. Ela expressou o sentimento de gratidão com o reencontro. “Foi muito bom saber que eu tinha irmãos, sendo que a vida toda fui filha única e, de repente, encontro quatro irmãos mais novos. Já encontrei minha irmã e falo com meus irmãos e vejo o quanto é importante ter irmãos e também sobrinhos. É bem diferente”, descreveu.

Sandra relembrou ainda que imaginava também poder reencontrar o pai. “Sempre me disseram que ele já havia falecido, mas eu queria tirar essa dúvida, mas não tinha como porque eu não tinha o telefone e o endereço, e apenas sabia que a família morava em Osasco (SP). Eu queria encontrá-lo vivo e conhecê-lo, mas não foi possível. Eu era muito nova quando vim de São Paulo para morar em Propriá e depois viemos morar em Aracaju. Era apenas eu e minha mãe, mas, nessa história toda, eu fiquei muito feliz de saber que meu pai tinha a minha foto na carteira”, completou a professora.

Portal Desaparecidos

Para que a busca por pessoas desaparecidas tenha cada vez mais resultados positivos, é essencial a integração entre as instituições que formam a SSP. Por isso, a Polícia Científica ressalta que a Polícia Civil de Sergipe desenvolveu o Portal dos Desaparecidos, disponibilizado ao MJSP e aos estados. O objetivo da ferramenta é reunir imagens e informações sobre desaparecidos visando ampliar a troca de informações entre instituições e unidades da federação, potencializando as chances de reencontro. O Portal dos Desaparecidos está disponível no site: https://www.desaparecidosbrasil.org/

Última atualização: 30 de agosto de 2025 18:53.

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